A Bíblia não condena a homossexualidade. Através de uma releitura e correta interpretação das passagens bíblicas usadas para excluir os LGBTQIA+ na história da cristandade, você abrirá a sua mente para descobrir que a Bíblia nunca condenou o relacionamento de amor, fidelidade e respeito entre pessoas do mesmo sexo.
É uma heresia dizer que o pecado de Sodoma e Gomorra se refere à homossexualidade. Os atos cometidos naquelas cidades retrataram xenofobia, ferindo a lei da hospitalidade, crueldade e tentativa de abuso sexual dos moradores de Sodoma. O episódio em tela de Gênesis 18 e 19 não configurou qualquer relacionamento entre iguais baseado na afetividade, carinho e amor.
A tradução feita de Levítico foi assim: “Com um homem não te deitarás, como se fosse mulher. É uma abominação.” (Levítico 18, 22). Ora, esta última palavra do versículo é o termo hebraico “toebah” que significa uma aversão, especialmente ligada à idolatria ou (concretamente) a um ídolo. Não era uma condenação à homossexualidade, mas ao sexo ritual entre pessoas do mesmo sexo em adoração aos deuses de Canaã, muito comum naquela região, através dos prostitutos cultuais aos deuses da fertilidade.
Existe uma vasta literatura sobre a imoralidade na Roma antiga. Todos sabem como Calígula, contemporâneo de Paulo, e Nero fizeram em termos de perversão ao império. Romanos capítulo 1 não foi uma exortação do apóstolo contra os homoafetivos, mas uma crítica de Paulo ao império romano.
1 Coríntios 6, 9 e 1 Timóteo 1, 10 foram passagens muito manipuladas. As palavras “malakoi” e “arsenoikoitai” foram traduzidas erroneamente como efeminados e sodomitas e algumas versões mais descaradas e mal intencionadas colocaram homossexuais ativos e passivos. Algumas versões bíblicas corrigiram estes erros, como a Bíblia de Jerusalém que traduziu “Malakoi” como “depravados” e “arsenoikoitai” como “pessoas de costumes infames”.